segunda-feira, abril 18, 2005

A Porta do Lado

Hj eu resolvi postar algo que não fui eu q escrevi...mas bem q eu gostaria de tê-lo escrito.


A PORTA DO LADO por Drauzio Varella
"Em entrevista dada pelo médico Drauzio Varella, disse ele que a gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, que queremos que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.E aí ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida da gente. É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping). Em vez de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia. Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior. Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes. Será que nada dá errado para eles? Dá aos montes.Só que, para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença. O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote. Que "audácia" contrariá-los! São aqueles que nunca ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato.Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente. O mundo versus eles.Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também. É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel. E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser resolvidos assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-mail,
um pedido de desculpas, um deixar barato.
Eu ando deixando de graça, para ser sincero.
Vinte e quatro horas têm sido pouco para tudo o que eu tenho que fazer, então não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e gente idem, pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia. Então eu uso a "porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato. Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão porque parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá errado."

sábado, abril 09, 2005

O preço das coisas

Dia desses eu senti vontade de levantar os braços quando estava indo para o museu...cheguei na bilheteria do metrô e o preço do bilhete tinha saltado grotescamente de R$2,00 p/R$2,25!!! Quase tive um treco...imagina? Que assalto! Sabe o q significa R$0,50 por dia? R$15,00 por mês?? Pô, quase um rodízio de comida japonesa...tá, dez reais a menos, mas mesmo assim. Então resolvi ter a brilhante idéia de pegar o 665 (Pavuna - Saens Peña) para ir ao museu...na verdade a idéia não foi minha, mas enfim... Só p/começar demorou um século pra passar. Quando chegou, já estava meio cheio. Fui em pé. Os que estavam no ônibus reclamavam q o motorista pegava todos os passageiros, enchendo mais ainda. Os que entravam reclamavam q estavam quase duas horas no ponto esperando. As pessoas passavam levando minha mochila, me levando embora, me imprensando e eu, já morrendo de vergonha, tinha q ficar me jogando em cima da pessoa q estava sentada no banco em frente de onde eu estava. No meio dessa confusão, passa (da maneira q pode) uma menina pequena com roupa de escola repetindo em vão "cença, cença, cença". Pessoas se aglomerando, um calor pavoroso...e só me vinha torturantes flashes daqueles bancos verdinhos do metrô, agora me parecendo tão confortáveis, ar condicionado, e com certeza vazio naquele horário (11h). Ainda bem q pelo menos eu estava acompanhada, senão juro q ia descer daquilo. Me senti a mais fresca do universo.
Fui em pé até lá na Cancela, onde desci, entrei na Quinta da Boa Vista e segui p/o museu. Desci e minhas pernas ainda ficaram alguns segundos meio duras, inflexionáveis...não de ter ficado em pé, já viajei em pé no metrô por mais tempo q isso...mas de ficar em pé e tão tensa. Tudo q eu pensava era q o R$0,65 pagos a mais p/ir de metrô são os centavos mais bem gastos q gasto na vida. Hj foi anunciado q o preço do ônibus vai subir R$0,20...me solidarizo com quem anda de ônibus, mas nem consegui ficar triste, agora só pago R$0,45 pelo meu conforto.
Desde que comecei a ganhar meu próprio dinheiro, e o mais importante, a ter q arcar sozinha com quase todos os meus gastos, passei a dar valor a poucos centavos...sim eles fazem diferença. Mas aprendi também que mtas vezes compensa pagar pequenas fortunas com confortos...É aquela história de propaganda de cartão de crédito: o conforto pode custar caro, mas o prazer que ele me dá...não tem preço. Quem sabe isso não me economiza dinheiro com creme p/rugas em algum momento da minha vida?