sábado, abril 09, 2005

O preço das coisas

Dia desses eu senti vontade de levantar os braços quando estava indo para o museu...cheguei na bilheteria do metrô e o preço do bilhete tinha saltado grotescamente de R$2,00 p/R$2,25!!! Quase tive um treco...imagina? Que assalto! Sabe o q significa R$0,50 por dia? R$15,00 por mês?? Pô, quase um rodízio de comida japonesa...tá, dez reais a menos, mas mesmo assim. Então resolvi ter a brilhante idéia de pegar o 665 (Pavuna - Saens Peña) para ir ao museu...na verdade a idéia não foi minha, mas enfim... Só p/começar demorou um século pra passar. Quando chegou, já estava meio cheio. Fui em pé. Os que estavam no ônibus reclamavam q o motorista pegava todos os passageiros, enchendo mais ainda. Os que entravam reclamavam q estavam quase duas horas no ponto esperando. As pessoas passavam levando minha mochila, me levando embora, me imprensando e eu, já morrendo de vergonha, tinha q ficar me jogando em cima da pessoa q estava sentada no banco em frente de onde eu estava. No meio dessa confusão, passa (da maneira q pode) uma menina pequena com roupa de escola repetindo em vão "cença, cença, cença". Pessoas se aglomerando, um calor pavoroso...e só me vinha torturantes flashes daqueles bancos verdinhos do metrô, agora me parecendo tão confortáveis, ar condicionado, e com certeza vazio naquele horário (11h). Ainda bem q pelo menos eu estava acompanhada, senão juro q ia descer daquilo. Me senti a mais fresca do universo.
Fui em pé até lá na Cancela, onde desci, entrei na Quinta da Boa Vista e segui p/o museu. Desci e minhas pernas ainda ficaram alguns segundos meio duras, inflexionáveis...não de ter ficado em pé, já viajei em pé no metrô por mais tempo q isso...mas de ficar em pé e tão tensa. Tudo q eu pensava era q o R$0,65 pagos a mais p/ir de metrô são os centavos mais bem gastos q gasto na vida. Hj foi anunciado q o preço do ônibus vai subir R$0,20...me solidarizo com quem anda de ônibus, mas nem consegui ficar triste, agora só pago R$0,45 pelo meu conforto.
Desde que comecei a ganhar meu próprio dinheiro, e o mais importante, a ter q arcar sozinha com quase todos os meus gastos, passei a dar valor a poucos centavos...sim eles fazem diferença. Mas aprendi também que mtas vezes compensa pagar pequenas fortunas com confortos...É aquela história de propaganda de cartão de crédito: o conforto pode custar caro, mas o prazer que ele me dá...não tem preço. Quem sabe isso não me economiza dinheiro com creme p/rugas em algum momento da minha vida?

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